segunda-feira, 31 de março de 2008

Desenho no Filme e Filme no Desenho

...E eu estava observando esses dias que, cara, o ser humano é simplesmente obsecado por misturar (ou hibridizar) as coisas... por exemplo?! Desenho e filmes. Acho que a mais antiga lembrança que tenho a respeito disso é o clássico (não tão classico assim) "Uma Cilada Para Roger Rabbit" (Robert Zemeckis, 1988), que não só era a adaptação de um livro escrito por Gary K. Wolf, como também mistura justamente personagens de desenhos animados com atores reais. E apesar da época um tanto inóspita para efeitos especiais mirabolantes, até que o resultado não saiu nada mal! Dá um bizu:



Porém, seus sucessores "Mundo Proibido" e "Space Jam", oriundos dos anos 90 não agradaram muita gente, creio que pelo fato do homem simplesmente nunca se dar por satisfeito ou mesmo enjoar rápido das coisas... mas nem tudo está perdido! Em 2001, foi lançado "Waking Life", filme do renomado diretor Richard Linklater, que basicamente conta a história de um garoto que vive um sonho dentro de outro sonho e não consegue acordar, porem o filme vai muito alem disso, tanto no roteiro quanto no visual.
O roteiro é interessantíssimo pois trata de muitos pontos de vista diferenciados a respeito do que é realidade e o que diferencia nossas vidas de nossos sonhos, abordando vários temas e filosofias.
Agora, o visual do filme é que é o grande elemnto híbrido e inovador que choca o telespectador. O filme, depois de filmado e editado, foi submetido a um processo similar à Rotoscopia, porem mais evoluído e mais prático... Rotoscopia seria uma técnica utilizada para transformar filmes reais em desenhos animados, desenhando e pintando por cima da película do filme. Já com "Waking Life" foi um pouquinho diferente. O filme foi introduzido num software onde artistas e animadores puderam literalmente desenhar e animar por cima do proprio filme, na tela do computador com todas as ferramentas artísticas com as quais a tecnologia nos abençoa hoje. O resultado é uma animação diversificada (pois nenhuma cena é igual à outra) e inovadora, pois não se tem somente a voz de um ator em um personagem animado, a performance dos atores permanece ali, intocada, com apenas retoques requintados e um tanto psicodélicos.
Vale a pena dar uma conferida:





O Diretor Richard Linklater não parou por aí. Em 2007, foi lançado aqui no brasil, um pouquinho atrasado, devo acrecentar, o filme "O Homem Duplo" ("A Scanner Darkly"), adaptação do livro homônimo do cultuadíssimo autor de ficção científica Philip K. Dick, famoso por obras como "Blade Runner", "Minority Report", entre outros. A história narra a trajetória de um detetive da narcóticos que se vicia numa tal "substância D" que lentamente divide sua personalidade em duas, dando lugar a um traficante de drogas, e no meio disso tudo ele se vê perseguindo o próprio rabo!
Já este filme mantém mais os pés no chão e fica evidente a evolução da técnica utilizada no primeiro filme, mantendo um visual mais linear e que não prejudica a história.


(ah sim! esse é bem mais fácil de achar do que o Waking Life, então não fiquem bravos comigo OKEI?)
Confira:






É NÓIX!!
(POSTADO POR MAURICIO TELLES COM DOIS Ls)

quarta-feira, 26 de março de 2008

Onde é que isso vai parar?

Desde o principio o homem sente necessidade de comunicar, expressar seus sentimentos e passar adiante informações, sejam elas de interesse vital do próximo ou dele mesmo. No principio usávamos a oratória, depois os as pinturas rupestres e a partir daí não paramos mais de criar objetos e técnicas para serem extensões de nós, sempre tentando atingir o Maximo de pessoas possíveis. E quando a Internet apareceu, pronto! Nosso objetivo havia sido alcançado! Já era possível se conectar com o mundo através de em tempo real! Coisas que antes eram vistas apenas e filmes de ficção cientifica e desenhos futuristas se tornaram realidade. Mas ainda não estamos satisfeitos. Podíamos compartilhar mensagens alfanuméricas e imagens mas ainda não era o suficiente, logo criamos um sistema que nos permitia assim como o telefone nos comunicarmos em tempo real com qualquer outra parte do mundo - Aquele negocio q todo mundo tem, MSN, ICQ, GOOGLE, TALK, entre tantos. Nisso nós já haviamos criado o celular, esse aparelho que está no bolso de todo mundo, uma evolução do telefone convencional, que pode ser transportado e funciona em qualquer lugar (em teoria), e a partir de uma mente louca por magética e hibridização surgiu a idéia de juntar as duas coisas. Pronto. O G3 esta ai!

Mas o q é G3?
3G é a terceira geração de tecnologia para telefonia móvel, a evolução das tecnologias já conhecidas CDMA e GSM.. No Brasil o padrão adotado é o UMTS/WCDMA , evolução do GSM devido a opção das operadoras pelo GSM e sua abrangência em escala mundial.Este padrão irá proporcionar uma velocidade de conexão muito maior do que as oferecidas nas atuais redes GSM, em redes EDGE, por exemplo, a velocidade de conexão fica em torno de 100-130 Kbit/s com pico máximo de 473 kbit/s, enquanto no WCDMA essa taxa é elevada para uma média de 200-300 kbit/s com pico máximo de 2.000 kbit/s., com essa taxa de conexão as operadoras poderão oferecer a chamada banda larga móvel.

Para saber mais

http://www.tecnologia3g.com.br/podcast.php?id=18

Temos mais um produto de extensão humana hibridizada. Agora não só falamos ao telefone, mas
também nos vemos através dele. Quem tem mais de 20 anos com certeza se lembra dos JETSONS, uma típica família americana do futuro, onde os empregados eram robôs e os telefones tinham essa tela onde os personagens se viam enquanto falavam. É igualzinho. Provavelmente o cara q criou o G3 assistia muito os JETSONS. Agora esquece aquela historia de dizer que você esta no transito a caminho, quando na verdade acaba de sair da cama com o cabelo bagunçado e remela no olho, essa não vai colar mais.

http://www.youtube.com/watch?v=n4R1VP1aMdc&feature=related


Mas o quero realmente discutir aqui é o seguinte:

A onde isso vai parar?

Sistema holográfico como em STAR WARS?
Realidade mais que virtual? (tendo em vista que já temos a realidade virtual do SECOND LIFE).

Sistema de tele-transporte instantâneo?


Sinceramente pensar nisso é tanto assustador quanto maravilhoso.

A capacidade humana é inacreditável, assim como a sua vontade de criar. Tudo que foi criado até hoje nos trouxe mais praticidade e comodismo, mas vai chegar uma hora onde alcançaremos o limite, isto é, se esse limite realmente existir, pois já estou começando a duvidar de questões como tempo e espaço, leis da física e tudo mais. E quando isso ocorrer, o que faremos? Qual será esse limite?

Fica aqui minhas perguntas e certeza que nos encontraremos com as respostas.


Beijo pra quem é de beijo abraço pra quem é de abraço!

terça-feira, 25 de março de 2008

Hibridizacao na musica brasileira.



Como falar de hibridização , mídia, musica brasileira, e não falar de Nação Zumbi?
Uma das maiores bandas ( se não for a maior ) Hibridizada do nosso País, e o melhor de tudo, sem perder o charme a elegancia e muito bom gosto do som regional, que é a raiz desse som. em 1994 com o Grandissisimo Chico Science e a nação zumbi lançam seu primeiro Cd ( Da Lama ao Caos ). Um som novo, diferente de qualquer coisa que se escutava por aqui e por ai a fora. E no mesmo ano , juntamente com Mundo Livre S/A
Criam o movimento conhecido como Mangue Beat ( só pelo nome já da pra saber o tamanho da hibridização). Pois o próprio Manguebeat defendia um conjuto de idéias
Em 1997 em um acidente de carro, nos deixando mais órfão ainda de bons músicos brasileiros, morre Chico Science , no auge de sua fase poética,

Manuscrito de Chico Science da música "A Cidade" (1988), gravada em 1993, com algumas alterações na letra. Foi o primeiro sucesso da banda Chico Science e Nação Zumbi e também a primeira canção a ganhar videoclipe.

deixando o posto do vocal com seu amigo Jorge du Peixe, que já tocava alfaia na banda, que faz bem a lição de casa e manda muito bem no vocal com sua voz característica de um bom pernambucano. Calando a boca de muito especuladores com o Cd Radio S.AMB.A, o primeiro cd sem a participação direta de Chico.

Para quem não sabe, o S. AMB. A "é uma organização virtual, onde os agentes podem interferir em várias as áreas, modificar ou mudar a vida através do som. O som mexe com tudo. Se você parar um momento e ouvir ali um som, sacando as baixas frequências, os graves e tal, você vai se alterar de alguma maneira.

A banda não perde sua forma Hibrida de fazer um bom e novo som. cada vez mais hibrido mas sem deixar de ser o mesmo, 18 anos hibridizando e mostrando que se pode fazer uma música muito boa com sua própia cultura e juntando alguns elementos que só acrescentam cada vez mais nesse riquíssimo ritmo , que de tão hibridizado não da pra saber direito que ritmo é. Tem um pouco de:

Afrobeats
Psicodelia
Eletrônica
Soul-funk
Dub
Reggae
Samba
Samba-rock-soul
Rock
Hip-hop
Cinema
Folclore
Ciência
Religião
Política

Essa mistureba toda acabou virando um : Cocodub, Ciranda psicodélica, Psichocarimbó, baião cybernético e claro um Maracatu Atômico pesando 1 tonelada.
Influenciando muitos jovens e outras bandas de diversos ritmos.
A parada ficou não só ficou hibridizada como, como também virou um meio de extensão da própia Nação Zumbi, e cada um tem seu projeto paralelo. Do nação saíram : Sonantes, Academia das Berlindas, Autônomo, 3NaMassa, Los sebosos Postizos, Maquinados, enfim... é uma hibridização sonora muito boa que só enriquece a nossa musica. ( esses cd´s estão todos disponíveis na net para downloads ).

Modernizar o passado, é uma Evolução musical. "Chico Science"

Video Game !

O video game é uma das grandes extensões das necessidades humanas!fiquei lendo o ultimo Post do Sr. Mauricio Telles que se falava do jogo street fighter e percebi que naum só se tratava de uma hibridização, como também um meio de extensão do homem ! com a tecnologia dos jogos de hoje, você pode jogar uma bolinha em qualquer campo do mundo com um jogo de futebol. Cantar pneu, fugir da policia, andar a mais de 200Km/h em alguma rua estreita da Europa ou até mesmo no autrodomo de interlagos, descontar a raiva do seu chefe ou algum professor xarope em um joguinho de luta ou até mesmo de guerra.
E muita hibridização com sons, efeitos, câmeras, trilha sonora, tecnologia...

É só um comentário sobre o ultimo post aqui do blog !
Valew.

quinta-feira, 13 de março de 2008

A Arte Híbrida de Street Fighter IV


Você deve estar se perguntando "mas o que diabos Street Fighter tem a ver com toda essa história de hibridização e tudo mais?" Bem, estive acompanhando as notícias a respeito dessa continuação do jogo (que aliás será lançado só no ano que vem!), e fiquei impressionado justamente com a direção de arte.
O game, obviamente será lançado para as mais avançadas plataformas de hoje como o XBox 360 e o Playstation 3, porém os responsáveis afirmam que haverão versões mais simples para plataformas anteriores. Mas a questão é a seguinte: para desfrutar do deleite para os olhos que é o visual desse novo game será preciso conferí-lo nas plataformas de ultima geração.
Observe abaixo as artes conceituais de alguns dos personagens:




Repare como essas imagens são incomums. Geralmente, artes conceituais de personagens de games são imagens hiper detalhadas e realistas. O caso de Street Fighter IV é diferente. As imagens são levemente borradas, com manchas de "tinta" (sim, entre aspas porque não são pinturas físicas, mas digitais pois são criadas no computador e só existem dentro deles. sim! pinturas digitais, nós já chegamos a esse ponto...) e dão uma sensação de movimento e agilidade, caracterizando cada personagem em seu estilo e/ou temperamento.
Quem joga videogame hoje entenderá melhor o que vou explicar agora: normalmente as artes conceituais e os personagem no game em si não são perfeitamente iguais. O que se vê no game são versões digitais do que a arte conceitual propõe. Porém, observando atentamente os vídeos divulgados de Street Fighter VI, você poderá notar que as versões digitais dos personagens nem ao menos se parecem digitais, e dão a impressão de serem justamente pinturas em movimento. Realmente, o visual é incrível. Fica difícil de acompanhar tantos detalhes introduzidos nos movimentos, roupas, e mesmo no cenário (o único mostrado até agora, característico da personagem Chun Li e ambientado na china).
Agora, o que acho mesmo fascinante nisso tudo é a mistura intencional da arte conceitual no jogo, você pode ver as manchas de tinta se espalhando pela tela nas apresentações de forma frenética e violenta. Confira:


O vídeo acima mistura uma tela de apresentação com imagens do game.
Mesmo no jogo "pra valer masmo", existem esses fortes elementos artísticos, deixando de lado o realismo extremo que muitos games contemporâneos tentam tanto atingir, também se esquivando do que a maioria dos fãs provavelmente imaginaria ao saberem que uma continuação daquele velho clássico criado no final dos anos 80 está sendo produzido, e causando espanto e inovando o visual, algo que, apesár de difícil de conceber, não acontece tanto assim no mundo dos games. Esta é a hibridização artística, a introdução, não só da arte, como também do próprio material com a qual esta é executada (mesmo que não seja físico), nesse caso, a tinta.
Abaixo você pode assistir a um gameplay, sem telas de apresentação no meio:


Fico feliz em constatar que, apesar de muito empolgante e sedutor que possa ser o mundo dos games, ainda existe gente inovando e buscando o novo, algo para fazer você tirar o jogo que está jogando do console e colocar outro, que proporcione sensações diferentes e que mude as cores que são despejadas sobre você, seus amigos e as paredes do recinto, como se fosse tinta de verdade.

POSTADO POR MAURICIO TELLES :D

segunda-feira, 10 de março de 2008

LOST - Claramente, um produto da hibridização


Pois bem, em tempos de quarta temporada de LOST, cabe a alguém (nesse caso, eu) falar sobre esse fenômeno que deslanchou de vez as tele-séries dos EUA para o mundo.
LOST é um ótimo exemplo de hibridização. Podem conferir os que ainda não deram uma espiada no que rola no enredo da série. É uma mistureba danada de teorias, números, flashbacks, flashfowards, correria, ursos polares, assassinatos, fumacinha preta, pizza no sovaco, palmeiras e escotilhas...
Alguns fãs já desconfiam que até os roteiristas se perderam no meio de tanta coisa.
Na minha opinião, não há nada mais lógico nos dias de hoje, do que criar um grande, aliás um imenso mistério para conquistar a atenção e devoção de milhões de telespectadores aborrecidos e entediados pelo mundo afora.
Ainda não comecei com a quarta temporada, mas até a terceira, já vi:

- viagens no tempo;
- cálculos amaldiçoados;
- milagres;
- aparições;
- destino;
- acaso;
- experimentos genéticos;
- experimentos psicanalíticos;
- movimentos revolucionários;
- ditadura;
- viagens espirituais;
- premonições;
- tráfico de drogas;
- fé;
- sociedades secretas;
- física quântica;
- teoria do caos;
- fim do mundo;
- e o que mais estiver por vir...

Ufa! Põe hibridização nisso! E é tudo isso misturado com muitas referências históricas (tantas que nem todas são notadas, e só sei disso graças aos extras dos DVDs).
E para quem está achando pouco, a hibridização não para por aí. Na internet as campanhas virais rolam soltas, com charadas e mini joguinhos para solucionar alguns dos mistérios que rondam a série. Isso funcionou muito bem na segunda temporada, com o mistério da escotilha.
E tem mais, um game, não só baseado, mas parte integrante da série foi produzido pela UB Soft, intitulado LOST: Via Domus (do latim caminho de casa), no qual o jogador pode, não só explorar a ilha e os cenários da série, como também desvendará misterios que só podem ser desvendados através do jogo! Confira abaixo alguns dos célebres personagens da série em suas devidas versões digitalizadas e o trailer do jogo:
(vejam só que ironia, há pouco tempo trailer era coisa exclusiva do cinema!)







Ou seja galera: para os fãs de LOST, a vivência de tais hibridizações é praticamente obrigatória!
E quem é que vai reclamar? É hibridização ao extremo, e todo mundo adora isso.


POSTADO POR MAURICIO TELLES :D

segunda-feira, 3 de março de 2008

O Motivo do Nome




O nome deste blog, "Teletela Comparada", faz uma clara referência à obra de George Orwell "1984". No romance, publicado em 1948, o mundo, após uma série de guerras e catástrofes, os seres humanos não são mais "livres" como nós acreditamos ser, e são vigiados em tempo integral. O Estado é comandado pelo ditador que se auto-intitula "Grande Irmão" (Big Brother, daí o nome do programa), aquele que tudo vê, e manipula e modifica continuamente a história e o idioma, limitando cada vez mais as possibilidades de uma revolução e até mesmo a possibilidade de uma pessoa ao menos pensar nisso, mantendo também a guerra sem fim, de modo que torne o regime inabalável.
Pois bem, é justamente através das teletelas que a população é vigiada e controlada. As teletelas não só serviam para transmitir imagens como também para vigiar as pessoas, assim como no reality show, a população não tinha como nem onde se esconder: Nada escapa aos olhos do Grande Irmão.
É interessante o termo "teletela", já que na época em que o romance foi escrito, ainda não havia televisão, quanto mais telecomunicadores com vídeo, I-phone e afins. Com certeza foi um dos muitos momentos visionários do autor.
Ironicamente, assim como o Estado ditatorial do romance, o programa usa e abusa da edição de video para manipular o sentido e tom de certas situações e diálogos que ocorrem dentro da casa, manipulando por sua vez a opinião da audiência afim de atingir um determinado resultado. É impossível julgar o caráter de uma pessoa através do programa, da mesma forma que é impossível acreditar na história do mundo segundo o Estado retratado na obra de Orwell. Na verdade, é até possível crer que o programa esteja de fato sendo usado para estudar a aceitação do telespectador frente a um determinado tipo de pessoa/atitude/situação. É claro que isso seria muito útil na hora de desenvolver uma personagem de novela ou mesmo um perfil de algum aspirante a politico.
Todos estamos à mercê deste sistema, já que, uma vez que assistimos à televisão estamos absorvendo e aceitando aquilo que nos é apresentado. Cabe a nós filtrar o que é interessante ou não!


(créditos pela arte: Davis, site - http://avelate.deviantart.com/ )