quinta-feira, 13 de março de 2008

A Arte Híbrida de Street Fighter IV


Você deve estar se perguntando "mas o que diabos Street Fighter tem a ver com toda essa história de hibridização e tudo mais?" Bem, estive acompanhando as notícias a respeito dessa continuação do jogo (que aliás será lançado só no ano que vem!), e fiquei impressionado justamente com a direção de arte.
O game, obviamente será lançado para as mais avançadas plataformas de hoje como o XBox 360 e o Playstation 3, porém os responsáveis afirmam que haverão versões mais simples para plataformas anteriores. Mas a questão é a seguinte: para desfrutar do deleite para os olhos que é o visual desse novo game será preciso conferí-lo nas plataformas de ultima geração.
Observe abaixo as artes conceituais de alguns dos personagens:




Repare como essas imagens são incomums. Geralmente, artes conceituais de personagens de games são imagens hiper detalhadas e realistas. O caso de Street Fighter IV é diferente. As imagens são levemente borradas, com manchas de "tinta" (sim, entre aspas porque não são pinturas físicas, mas digitais pois são criadas no computador e só existem dentro deles. sim! pinturas digitais, nós já chegamos a esse ponto...) e dão uma sensação de movimento e agilidade, caracterizando cada personagem em seu estilo e/ou temperamento.
Quem joga videogame hoje entenderá melhor o que vou explicar agora: normalmente as artes conceituais e os personagem no game em si não são perfeitamente iguais. O que se vê no game são versões digitais do que a arte conceitual propõe. Porém, observando atentamente os vídeos divulgados de Street Fighter VI, você poderá notar que as versões digitais dos personagens nem ao menos se parecem digitais, e dão a impressão de serem justamente pinturas em movimento. Realmente, o visual é incrível. Fica difícil de acompanhar tantos detalhes introduzidos nos movimentos, roupas, e mesmo no cenário (o único mostrado até agora, característico da personagem Chun Li e ambientado na china).
Agora, o que acho mesmo fascinante nisso tudo é a mistura intencional da arte conceitual no jogo, você pode ver as manchas de tinta se espalhando pela tela nas apresentações de forma frenética e violenta. Confira:


O vídeo acima mistura uma tela de apresentação com imagens do game.
Mesmo no jogo "pra valer masmo", existem esses fortes elementos artísticos, deixando de lado o realismo extremo que muitos games contemporâneos tentam tanto atingir, também se esquivando do que a maioria dos fãs provavelmente imaginaria ao saberem que uma continuação daquele velho clássico criado no final dos anos 80 está sendo produzido, e causando espanto e inovando o visual, algo que, apesár de difícil de conceber, não acontece tanto assim no mundo dos games. Esta é a hibridização artística, a introdução, não só da arte, como também do próprio material com a qual esta é executada (mesmo que não seja físico), nesse caso, a tinta.
Abaixo você pode assistir a um gameplay, sem telas de apresentação no meio:


Fico feliz em constatar que, apesar de muito empolgante e sedutor que possa ser o mundo dos games, ainda existe gente inovando e buscando o novo, algo para fazer você tirar o jogo que está jogando do console e colocar outro, que proporcione sensações diferentes e que mude as cores que são despejadas sobre você, seus amigos e as paredes do recinto, como se fosse tinta de verdade.

POSTADO POR MAURICIO TELLES :D

9 comentários:

Rodrigo Mendes disse...

Sim.Concordo que muita gente anda buscando o novo mas acho que ainda não da pra criar algo que não seja híbrido. Como criar um game ou um desenho , hoje, sem interrelacioná-los?

Liquidificador Psicodélico, Brisa Brasil, disse...

Boa brisada véio e belo exemplo...

Valeu, Felipe

Eduardo Guerrero disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo Guerrero disse...

Maurício, lembro de ter lido nos anos 90 uma série especial do Demolidor, em uma Marvel,que tinha esse pegada de pintura, fugindo do padrão que rolava na época.
Eu pessoalmente curti muito, era algo muito bem produzido, e que trazia o trabalho de novos ilustradores que usavam outras técnicas.
É isso aí, até mais.

Eduardo Guerrero disse...

Só você posta?

Mauricio Telles disse...

se não dá não dá!

Wellington Anthony Stringhi disse...

Hibridizações para lá....Hibridizações para ca....e tudo se ralaciona nos dias de hoje...Acho impossivel quando se cria algo, não ter ao minimo uma referencia de outra produção.

Liquidificador Psicodélico, Brisa Brasil, disse...

Que viagem essa história do estilo de pintura de Street Fighter cara! E veja como tudo que foge dos padrões nos causa um certo espanto...é o tal padrão pré estabelecido. Show de bola seu post, parabéns e continue viajando assim...acredite faz bem pra caramba! abração

Marcio Lima...Hadouken!

Márcio disse...

Maurício, Muito Bom!

MR